"Nada humilha mais do que esperar o que o outro não prometeu."
O Eco do "Online"
A cena se repete: você manda mensagens, pergunta, se importa e investe atenção... e recebe, em troca, o eco do nada.
No início, vem o alívio racional, o autoengano: "a pessoa deve estar ocupada." Mas a razão não dura muito quando o coração sussurra a verdade inconveniente: "Então por que ela está online, postando stories e ignorando você?"
Aos poucos, o entusiasmo cede à autopreservação. Você decide: "Vou parar de mandar mensagem."
Mas aí — sem aviso, sem explicação, sem motivo — vem uma notificação. Um coraçãozinho. Uma curtida numa foto antiga. Uma resposta vaga.
E, como um viciado, você volta.
Você volta achando que dessa vez é diferente. Volta achando que o silêncio foi acaso, não descaso. Volta acreditando que o "tava ocupada mesmo" é justificativa e não um sinal claro de desinteresse.
E assim, a roda-gigante da esperança e da frustração gira sem parar. O mundo avança, as conversas esfriam, as vontades do outro secam — e você segue preso.
Preso à migalha ocasional, ao talvez, à lembrança do que poderia ser se o outro também quisesse. Você se torna um refém da agenda e do humor de alguém que não o prioriza.
A Lição do Calor
Mendigar afeto é, no fundo, o mesmo que tentar acender uma fogueira com cinzas. Não falta vontade da sua parte, que sopra e tenta reacender a chama. O que falta é o calor e a matéria-prima da reciprocidade.
É por isso que, quando o silêncio do outro se repetir, você precisa lembrar de uma regra simples, porém libertadora:
Carinho não se pede. Ele se oferece, se demonstra e, o mais importante, se retribui. O que precisa ser mendigado nunca vale a pena.